sábado, 26 de abril de 2008

Acordei e senti-me triste...

Acordamos com um sentimento de tristeza que nos corroi o coração.
Temos a sensação de que o tempo passado na cama durante a noite não nos deu o descanso necessário para mais um dia.
Alguém nos liga e diz: "vamos beber café."
Lutamos contra o cansaço e a vontade de nos escondermos do mundo.
O dia lá fora está repleto de energia e sol.
Vamos beber o tal café com a pessoa que nos deu energia para lutarmos contra a vontade de ficar na cama, com esperança que assim o dia passa-se mais depressa.
E apesar de estar resplandescente, pergunta-me: "tás bem?"
Ele sabe bem qual é a resposta. Mas pergunta na mesma porque quer que eu saiba que se preocupa.
Quando pensamos "agora vou esconder-me na sombra fresca do meu lar" ele convida-me a ir dar um passeio.
Dirigimo-nos para o carro dele, e apercebo-me que ele já tinha tudo planeado. O carro estava parado à porta de minha casa e tinha um presente para mim. Que havia trazido dos Açores, aquando da sua estadia lá poucos dias antes.
Leva-me à praia!!!
As saudades que eu tinha de sentir o cheiro do mar.
Ele parece saber sempre o que preciso.
As saudades de ir a casa assaltam-me de inesperado. Mas ele distrai a minha atenção para que os meus pensamentos não fujam para onde não devem, e eu fique ausente.
Depois de partilharmos uma esplanada ao sol, à beira mar regressamos a casa.
Mas fazemo-lo por estradas secundárias. Para que possamos usufruir da beleza que a paisagem nos proporciona. Por entre espaços verdes que nos refrescam com a sua sombra.
Vamos a caminho da nossa realidade, mas antes que volte à minha realidade, ele proporciona-me momentos de alegria e de carinho que me fazem sentir bem e amada.
Quando chegamos a casa, ele convida-me a subir.
Faço-lhe companhia enquanto fuma.
Como estou cansada, recosto-me nos seu sofá.
Ele recosta-se comigo e dá-me o seu corpo para que me possa encostar e aconchegar-me.
O mimo é das melhores coisas que nos podem dar.
E ele sabe fazê-lo como mais ninguém.
Talvez assim seja, por tudo o que nos une, por tudo o que já nos uniu.
Sentir-me aconchegada e mimada por alguém que amo.
Sentir o seu corpo, a sua respiração.
As emoções assaltam-me.
Mas eu não tou apaixonada.
Amo-o como amigo.
Sabe muito bem partilhar essa intimidade do meu ser com alguém que me conhece tão bem.
E que me sabe acarinhar tão bem.
Que me sabe fazer sorrir e rir mesmo quando estou triste.
E num abraço fazer-me sentir completa.

1 comentário:

Isabel disse...

O fantástico do ser humano é mesmo isto: a capacidade de reciclar sentimentos menos bons e torná-los em energia positiva. É aquilo que vejo neste texto: a confirmação de que tens esse poder intrínseco em ti. "Nada se perde, tudo se transforma." E tu fizeste-o de uma maneira sublime!